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Cultura rica
e diversa

A ipueirinha de açúcar das ribeiras do sabugi tem a arte encravada em seu povo, despontando na música, teatro, culinária, moda, cinema, artesanato de diversas tipologias, uma rica identidade que expõe o seu passado colonial, em que mesmo ao embate de tradições, ainda persiste às modernidades, se reinventando mas mantendo a genuinidade.

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Foto de Alyson Lima

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 Iapoeira, é por aqui
que vamos ficar

Pode se afirmar que a Cultura ipueirense foi "inventada" a partir da época da colonização do gado pelos portugueses que saindo do litoral buscou os rios do interior, num ambiente ao qual se acreditava ser mais adequado para o pasto, apesar dos grandes períodos de estiagem estes povos conseguiram se fixar no então Seridó, e a partir disto iniciava-se a primeira mestiçagem de identidades, a colonial com a indígena, nossas cidades, artefatos diversos, costumes e linguagem apresentam uma rica identidade nativa (indicamos uma visita às Itacoatiaras de Ipueira e na divisa com São Mamede, vestígios dos nativos na região).

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Com o passar das décadas os colonos iniciam a edificação de casas mais robustas, apropriadas para a vida no sertão, verdadeiros casarões e palacetes que demonstram os frutos colhidos por essas terras. "O Seridó, no século XIX, foi marcado pela construção de grandes casas de fazendas, habitadas pela família do proprietário e seus agregados. Ali eram desenvolvidas, além da criação bovina, atividades agrícolas de subsistência, como plantação de milho, feijão, mandioca, cana de açúcar (nas margens dos açudes ou rios/riachos) etc. Algumas fazendas possuíam também casas de farinha e engenhos de rapadura" (DINIZ, 2008). (Nas redondezas de Ipueira há inúmeras edificações desta época, vale a pena conhecer)

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Nessa nova dinâmica surgem ofícios que davam suporte, como: ferreiro; carapina; oficial do couro; oleiro. Atividades que se apresentam fortemente até os dias atuais na cidade, e foi nesta época que transcorreu uma segunda relevante miscigenação de culturas, com a chegada dos escravos africanos impactando positivamente na construção de sua identidade, fruto da criatividade presente principalmente na culinária e linguagem. (Conheça a Cerâmica Quilombola de Ipueira, visitando a Casa Grande Boa Vista; e o carapina artesão Sinval na Casa Grande Ipueira).

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Não poderíamos esquecer de uma figura que representa e enaltece o que há de mais sertanejo, o Vaqueiro. “Fundada a fazenda, o vaqueiro, antigamente um escravo, ficava senhor do gado, da casa, dos cavalos, responsável pelas iniciativas imediatas para defender os animais entregues à sua energia” (CASCUDO, 1956). O vaqueiro é reconhecido por indumentária própria feita de couro, composta por perneira, gibão, chapéu, peitoral, luvas e botas, que lhe protege dos galhos e espinhos das árvores da caatinga. (Conheça de perto esta cultura, visite a Selaria Seridó Couros e participe da Vaquejada de Ipueira).

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Enquanto os Senhores da Fazenda cuidavam das atividades do campo, as suas mulheres prendadas executavam bordados manuais, com o passar dos séculos essa atividade se manteve viva sendo reconhecida nos dias atuais como o "Bordado Caicó", resguardada por selo de Indicação Geográfica ao qual Ipueira faz parte do território de produção artesanal. (Conheça as Bordadeiras de Ipueira).

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Contando com esse caldeirão cultural, Ipueira exporta diversos artistas, reconhecidos por sua legitimidade, não esquecendo de suas raízes "iapo".

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Diniz, Nathália Maria Montenegro. Velhas fazendas da Ribeira do Seridó [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; 2008

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CASCUDO, Luís da Câmara. 1956. Tradições populares da pecuária nordestina. Rio de Janeiro: Serviço de Informação Agrícola.

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